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title: Hidrogénio
author:
  - Diogo Ralha - 2021220818
  - Raquel Bento - 2021222330
date: 2024-02-28
tags: #utilidades
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# Hidrogénio

## Introdução

A descoberta do hidrogénio remonta ao século XVI, embora só no século
XVIII tenha sido identificado como um elemento distinto. Ao longo dos
séculos, vários alquimistas e cientistas observaram a formação de um gás
inflamável durante reações químicas, mas sem compreenderem a sua
verdadeira natureza.

No século XVI, o alquimista e médico suíço Paracelso notou que, ao
dissolver metais em ácidos, se libertava um gás. No entanto, sem o
conhecimento necessário para interpretar esse fenómeno, não percebeu que
se tratava de uma substância única. Mais tarde, no século XVII, o
químico britânico Robert Boyle também documentou a libertação de um gás
durante reações entre ácidos e metais, mas, tal como Paracelso, não o
identificou como um elemento distinto.

Foi apenas em 1766 que o cientista britânico Henry Cavendish realizou
experiências sistemáticas que permitiram uma melhor compreensão deste
gás. Ao reagir diferentes metais com ácidos, recolheu o gás libertado e
verificou que era significativamente mais leve do que o ar. Além disso,
ao queimá-lo, observou que produzia água. Com base nestas
características, designou-o como "ar inflamável", sendo o primeiro a
reconhecer que se tratava de uma substância pura e não de um composto.
No entanto, Cavendish não conseguiu determinar completamente a sua
composição química.

A identificação definitiva do hidrogénio como elemento foi feita pelo
químico francês Antoine Lavoisier, em 1783. Foi ele quem lhe deu o nome
"hidrogénio", derivado dos termos gregos "hydro" (água) e "genes"
(gerador), uma vez que demonstrou que a combustão do hidrogénio
resultava na formação de água. <sup>\[1\]\ \[2\]\ \[3\]</sup>

A descoberta do hidrogénio representou um marco na química, contribuindo
para o avanço da estequiometria, da teoria dos gases e da compreensão
das reações químicas. Para além do seu impacto na ciência fundamental, o
hidrogénio revelou-se essencial para diversas aplicações industriais e
energéticas ao longo dos séculos. <sup>\[4\]</sup>

Atualmente, com o aumento da preocupação ambiental e a necessidade de
transição energética, o hidrogénio tem ganho destaque como uma
alternativa promissora aos combustíveis fósseis. Quando obtido a partir
de fontes renováveis, o hidrogénio apresenta um elevado potencial para
reduzir as emissões de carbono. A sua viabilidade deve-se, em grande
parte, ao seu elevado rendimento energético, fornecendo cerca de 122
kJ/g, o que equivale a aproximadamente 2,75 vezes mais energia do que
qualquer combustível fóssil convencional. <sup>\[5\]</sup>

Com o avanço das tecnologias de produção, armazenamento e utilização, o
hidrogénio poderá desempenhar um papel crucial no futuro energético,
promovendo um sistema mais sustentável e eficiente.

![](./image1.png)

**Figura 1**-Principais aplicações e formas de produção do hidrogénio
<sup>\[6\]</sup>


## **O que é o hidrogénio?**

O hidrogénio (H), primeiro elemento da tabela periódica, é o mais
simples e abundante no universo. Na sua forma mais comum, é composto por
apenas um protão e um eletrão. No entanto, não ocorre naturalmente na
sua forma molecular (H₂) em grandes quantidades, estando presente em
compostos como a água e hidrocarbonetos. <sup>\[7\]\ \[8\]\ \[9\]</sup>

Entre as suas principais características, destacam-se:

-   Leveza e baixa densidade: Gás mais leve do que a ar (cerca de 14
    vezes), dissipando-se rapidamente na atmosfera.

-   Estado físico e reatividade: Em condições normais, é um gás incolor,
    inodoro e insípido, altamente reativo e combustível. A sua molécula
    (H₂) é constituída por dois átomos de hidrogénio ligados por uma
    ligação covalente forte, conferindo-lhe uma certa estabilidade.

-   Elevada energia específica: Possui um dos mais altos valores de
    energia específica, sendo promissor para a transição energética.

-   Solubilidade e armazenamento: Baixa solubilidade em água e
    diferentes métodos de armazenamento, como compressão e liquefação.

Como é possível se visualizar na tabela 1, do ponto de vista
termodinâmico, a forma atómica do hidrogénio apresenta entalpia e
energia livre de Gibbs muito elevadas, enquanto a forma molecular (H₂) é
mais estável e viável para armazenamento energético. Através da tabela
2, verifica-se que as propriedades físicas incluem baixa temperatura de
fusão e ebulição, elevada condutividade térmica e viscosidade reduzida,
tornando-o adequado para aplicações energéticas.

**Tabela 1**- Propriedades termodinâmicas do hidrogénio <sup>\[6\]</sup>

<table>
<colgroup>
<col style="width: 19%" />
<col style="width: 20%" />
<col style="width: 20%" />
<col style="width: 20%" />
<col style="width: 20%" />
</colgroup>
<thead>
<tr class="header">
<th><strong>Estado</strong></th>
<th><p><strong>ΔH</strong></p>
<p><strong>(kJ/mol)</strong></p></th>
<th><p><strong>ΔG</strong></p>
<p><strong>(kJ/mol)</strong></p></th>
<th><p><strong>S</strong></p>
<p><strong>(J/Kmol)</strong></p></th>
<th><p><strong>Cp</strong></p>
<p><strong>(J/Kmol)</strong></p></th>
</tr>
</thead>
<tbody>
<tr class="odd">
<td>H gasoso</td>
<td>218,0</td>
<td>203,3</td>
<td>114,7</td>
<td>20,8</td>
</tr>
<tr class="even">
<td>H2</td>
<td>0</td>
<td>0</td>
<td>130,7</td>
<td>28,8</td>
</tr>
</tbody>
</table>

**Tabela 2**- Propriedades físicas do hidrogénio <sup>\[6\]</sup>

<table>
<colgroup>
<col style="width: 50%" />
<col style="width: 50%" />
</colgroup>
<thead>
<tr class="header">
<th><strong>Parâmetro</strong></th>
<th><strong>Valor</strong></th>
</tr>
</thead>
<tbody>
<tr class="odd">
<td>Massa molar</td>
<td>2, 016 g/mol</td>
</tr>
<tr class="even">
<td>Ponto de fusão</td>
<td>13,8 K</td>
</tr>
<tr class="odd">
<td>Ponto de ebulição</td>
<td>20,3 K</td>
</tr>
<tr class="even">
<td>Densidade do líquido a 24,2 K</td>
<td>0,071 g/cm3</td>
</tr>
<tr class="odd">
<td>Densidade do sólido a 24,2K</td>
<td>0,076 g/cm3</td>
</tr>
<tr class="even">
<td>Condutividade térmica a 25 ºC</td>
<td>0,1805 W/mK</td>
</tr>
<tr class="odd">
<td>Capacidade calorifica a 25 ºC</td>
<td>28,83 J/molK</td>
</tr>
<tr class="even">
<td>Calor de combustão a 25 ºC e 1 atm</td>
<td>-285,829 kJ/mol</td>
</tr>
<tr class="odd">
<td>Temperatura de autoignição</td>
<td>858 K</td>
</tr>
<tr class="even">
<td>Inflamabilidade no ar</td>
<td>4-74%</td>
</tr>
</tbody>
</table>

Como é possível observar-se na figura 1, o hidrogénio pode existir em
vários estados dependendo da pressão e da temperatura. Pode ser
armazenado como gás comprimido, líquido ou em compostos químicos. Os
tanques de alta pressão atingem 70 MPa, enquanto os criogénicos operam a
temperaturas muito baixas. Como combustível, tem uma relação
energia/massa três vezes superior à gasolina, com elevada temperatura de
ignição e chama mais quente.

![](./image2.png)

**Figura 2**-Diagrama de fases do hidrogénio <sup>\[6\]</sup>

A sua utilização exige estratégias rigorosas de segurança devido aos
amplos limites de inflamabilidade e ao risco de ignição súbita. No
entanto, a rápida dispersão no ar reduz a probabilidade de explosões em
espaços abertos, tornando-o uma alternativa energética viável para um
futuro sustentável.


## **Os tipos de hidrogénio**

O hidrogénio tem vindo a afirmar-se como uma alternativa viável, com
capacidade para transformar vários setores industriais. A sua grande
vantagem reside na versatilidade e no facto de, quando utilizado como
fonte de energia, emitir exclusivamente vapor de água, tornando-se,
assim, um elemento essencial na transição para um modelo económico mais
sustentável. Contudo, a natureza do hidrogénio pode diferir
substancialmente, dependendo da origem da energia empregue na sua
produção e do respetivo impacto ambiental.

Atualmente, como é possível visualizar na tabela 3, são identificados
dez tipos principais de hidrogénio: verde, azul, castanho, cinzento,
rosa, roxo, turquesa, branco, vermelho e amarelo.
<sup>\[10\]\ \[11\]\ \[12\]\ \[13\]</sup>

**Tabela 3**-Tipos de hidrogénio e os seus processos de obtenção
<sup>\[6\]\ \[10\]\ \[11\]\ \[12\]\ \[13\]\ \[14\]</sup>

<table>
<colgroup>
<col style="width: 18%" />
<col style="width: 36%" />
<col style="width: 44%" />
</colgroup>
<thead>
<tr class="header">
<th><strong>Tipo de Hidrogénio</strong></th>
<th><strong>Processo de obtenção</strong></th>
<th><strong>Demonstração do processo de obtenção</strong></th>
</tr>
</thead>
<tbody>
<tr class="odd">
<td><strong>Hidrogénio Verde</strong></td>
<td>É amplamente reconhecido como a opção mais ecológica, uma vez que é
gerado por eletrólise da água, utilizando energia proveniente de fontes
renováveis, como a solar e a eólica. Este processo não gera emissões de
carbono e faz uso de um recurso natural abundante. No entanto, enfrenta
desafios como o alto custo de produção e a necessidade de infraestrutura
específica.</td>
<td>    <img src="/Utilidades%20industriais/Gases%20industriais/Hidrog%C3%A9nio/./image3.png"
style="width:4in" /></td>
</tr>
<tr class="even">
<td><strong>Hidrogénio Azul</strong></td>
<td>A sua produção assenta na reforma do metano, um composto de origem
fóssil, mas diferencia-se pela utilização de tecnologias de captura e
armazenamento de carbono (CCS), que permitem uma redução significativa
das emissões poluentes. Embora não seja tão ecológico como o hidrogénio
verde e a captura de carbono ainda não seja totalmente eficiente
(podendo ocorrer fugas de CO<sub>2</sub>), este desempenha um papel
importante no processo de descarbonização do setor energético.</td>
<td>    <img src="/Utilidades%20industriais/Gases%20industriais/Hidrog%C3%A9nio/./image4.png"
style="width:4in" /></td>
</tr>
<tr class="odd">
<td><strong>Hidrogénio Castanho</strong></td>
<td>Resulta da transformação de combustíveis fósseis (gaseificação),
como o carvão, sem qualquer mecanismo de retenção de carbono. O seu nome
deriva precisamente da elevada carga poluente (CO<sub>2</sub> e gases
nocivos) associada ao seu processo de produção.</td>
<td>    <img src="/Utilidades%20industriais/Gases%20industriais/Hidrog%C3%A9nio/./image5.png"
style="width:4in" /></td>
</tr>
<tr class="even">
<td><strong>Hidrogénio Cinzento</strong></td>
<td>É gerado através do método de reforma de metano a vapor (SMR), um
dos mais comuns na indústria do hidrogénio e, também, mais económico.
Embora a sua pegada ambiental seja inferior à do hidrogénio castanho,
continua a gerar emissões significativas de carbono.</td>
<td>    <img src="/Utilidades%20industriais/Gases%20industriais/Hidrog%C3%A9nio/./image6.png"
style="width:4in" /></td>
</tr>
<tr class="odd">
<td><strong>Hidrogénio Rosa</strong></td>
<td>Tem origem na eletrólise alimentada por energia nuclear. Além disso,
o calor residual das centrais nucleares pode ser aproveitado para
otimizar a eficiência do processo. Como não envolve a emissão de gases
com efeito de estufa, é considerado uma alternativa sustentável.</td>
<td>    <img src="/Utilidades%20industriais/Gases%20industriais/Hidrog%C3%A9nio/./image7.png"
style="width:4in" /></td>
</tr>
<tr class="even">
<td><strong>Hidrogénio Roxo</strong></td>
<td>É gerado através de eletrólise quimiotérmica, que combina
eletricidade e calor proveniente da energia nuclear. Este processo
aumenta a eficiência de eletrólise, reduzindo o consumo elétrico
necessário para a separação das moléculas de água. No entanto, a
utilização de calor a temperaturas elevadas exige tecnologias avançadas,
além de levantar desafios na gestão dos resíduos nucleares.</td>
</tr>
<tr class="odd">
<td><strong>Hidrogénio Vermelho</strong></td>
<td>É produzido por meio de eletrólise de alta temperatura, utilizando o
calor de reatores nucleares de alta temperatura (HTGRs). Este método é
considerado o mais eficiente em comparação com o hidrogénio rosa e o
hidrogénio roxo, uma vez que reduz significativamente o consumo de
eletricidade, tornando o processo mais económico a longo prazo. No
entanto, a necessidade de reatores especializados e tecnologia avançada
resulta em custos elevados e desafios tecnológicos na sua
implementação.</td>
</tr>
<tr class="even">
<td><strong>Hidrogénio Turquesa</strong></td>
<td>É produzido por pirólise do gás natural e tem como subproduto o
negro de fumo, uma forma sólida do carbono. Deste modo, não há emissão
direta de <a href="https://www.ecycle.com.br/co2/">dióxido de
carbono</a> na <a href="https://www.ecycle.com.br/co2/">atmosfera</a>.
Porém, ainda é uma tecnologia emergente que requer um elevado consumo
energético.</td>
<td>    <img src="/Utilidades%20industriais/Gases%20industriais/Hidrog%C3%A9nio/./image8.png"
style="width:4in" /></td>
</tr>
<tr class="odd">
<td><strong>Hidrogénio Branco</strong></td>
<td>É uma forma natural de hidrogénio encontrado de forma espontânea em
depósitos subterrâneos, podendo ser explorados através da perfuração de
poços. A sua formação resulta de processos naturais, como a
desgaseificação da crosta e do manto terrestre, reações químicas entre
rochas e a interação com água e minerais, tornando-o numa potencial
fonte sustentável de hidrogénio. No entanto, a sua disponibilidade é
muito limitada.</td>
<td>    <img src="/Utilidades%20industriais/Gases%20industriais/Hidrog%C3%A9nio/./image9.png"
style="width:4in" /></td>
<tr class="even">
<td><strong>Hidrogénio Amarelo</strong></td>
<td>É obtido através da fotoeletrólise com energia solar. É um processo
limpo, pois depende de uma fonte renovável de energia e não ocorrem
emissões de CO<sub>2</sub>. Ainda assim, é um processo cujo preço é
bastante elevado.</td>
<td>    <img src="/Utilidades%20industriais/Gases%20industriais/Hidrog%C3%A9nio/./image10.png"
style="width:4in" /></td>
</tr>
</tbody>
</table>


## **Processos de obtenção de hidrogénio**

Os processos de produção de hidrogénio podem ser divididos entre duas
grandes categorias: fontes fósseis (métodos baseados em combustíveis
fósseis amplamente utilizados, mas com emissões significativas de
dióxidos de carbono) e fontes renováveis (métodos renováveis
sustentáveis, mas com desafios técnicos e económicos).

![](./image11.png)

**Figura 3**- Processos de produção de hidrogénio <sup>\[6\]</sup>

No caso das fontes fósseis, existem duas formas de obtenção de
hidrogénio: a Reforma de Hidrocarbonetos que consiste na extração de
hidrogénio de combustíveis fósseis, como o gás natural e que se divide
em Reforma a Vapor de Metano (SMR), Oxidação Parcial (POX), Reforma
Autotérmica (ATR); e a Pirólise de Hidrocarbonetos. <sup>\[6\]</sup>

**Tabela 4**-Processos de obtenção de hidrogénio a partir de fontes
fósseis <sup>\[6\]\ \[15\]</sup>

<table>
<colgroup>
<col style="width: 12%" />
<col style="width: 30%" />
<col style="width: 57%" />
</colgroup>
<thead>
<tr class="header">
<th><strong>Processo</strong></th>
<th><strong>Descrição do Processo</strong></th>
<th><strong>Diagrama do Processo</strong></th>
</tr>
</thead>
<tbody>
<tr class="odd">
<td>Reforma a Vapor (SMR)</td>
<td><p>O metano reage com vapor de água a altas temperaturas para
produzir gás de síntese (mistura composta por hidrogénio e monóxido de
carbono).</p>
<p><u>Reações:</u></p>
<p>Reforma do metano:</p>
<p>CH<sub>4</sub> + H<sub>2</sub>O<span class="math inline">↔︎</span>CO +
3H<sub>2</sub></p>
<p>Water-Gas Shift reaction (WGS):</p>
<p>CO + H<sub>2</sub>O<span class="math inline">↔︎</span>CO<sub>2</sub> +
H<sub>2</sub></p>
<p>É um processo eficiente e amplamente utilizado na indústria. No
entanto, gera emissões de dióxido de carbono e requer altas
temperaturas.</p></td>
<td>    <img src="/Utilidades%20industriais/Gases%20industriais/Hidrog%C3%A9nio/./image12.png"
style="width:5in" /></td>
</tr>
<tr class="even">
<td>Oxidação Parcial (POX)</td>
<td><p>O hidrocarboneto é parcialmente oxidado para produzir gás de
síntese.</p>
<p><u>Reações:</u></p>
<p>CH<sub>4</sub> + 1/2O<sub>2</sub> <span class="math inline">↔︎</span>
CO + 2 H<sub>2</sub></p>
<p>CH<sub>4</sub> + 2O<sub>2</sub><span class="math inline">↔︎</span>
CO<sub>2</sub> + 2 H<sub>2</sub>O</p>
<p>Este processo é rápido e adequado para hidrocarbonetos pesados. Ainda
assim produz menos hidrogénio que a reforma a vapor e gera dióxido de
carbono.</p></td>
<td>    <img src="/Utilidades%20industriais/Gases%20industriais/Hidrog%C3%A9nio/./image13.png"
style="width:5in" /></td>
</tr>
<tr class="odd">
<td>Reforma Autotérmica (ATR)</td>
<td><p>É a combinação da Reforma a Vapor e Oxidação Parcial, sendo
utilizado calor gerado internamente ao processo.</p>
<p><u>Reação:</u></p>
<p>4CH<sub>4</sub> + O<sub>2</sub> + 2H<sub>2</sub>O<span
class="math inline">↔︎</span> 4CO + 10H<sub>2</sub></p>
<p>Apresenta maior eficiência energética do que a reforma a vapor
isolada, mas é um processo mais complexo e necessita de controlo preciso
das reações envolventes.</p></td>
<td>    <img src="/Utilidades%20industriais/Gases%20industriais/Hidrog%C3%A9nio/./image14.png"
style="width:5in" /></td>
</tr>
<tr class="even">
<td>Pirólise</td>
<td><p>Corresponde à decomposição térmica dos hidrocarbonetos em
hidrogénio e carbono sólido, sem emissões diretas de dióxido de
carbono.</p>
<p><u>Reação:</u></p>
<p>CH<sub>4</sub> <span class="math inline">→</span> C +
2H<sub>2</sub></p>
<p>Este processo promove a redução de emissões de gases de efeito de
estufa (GEE), mas necessita de tecnologias que se encontram em
desenvolvimento e ainda de altas temperaturas de operação.</p></td>
<td>    <img src="/Utilidades%20industriais/Gases%20industriais/Hidrog%C3%A9nio/./image15.png"
style="width:5in" /></td>
</tbody>
</table>

Através de fontes renováveis, é possível optar-se por processos com
biomassa (métodos que utilizam matéria orgânica como fonte de
hidrogénio) ou pela separação da água (*Water Splitting*), ou seja,
métodos que envolvem a quebra de moléculas de água para extrair
hidrogénio.

Os Processos com Biomassa podem dividir-se em métodos biológicos, isto
é, processos naturais com baixo impacto ambiental, mas apresentam uma
baixa eficiência e tecnologias em desenvolvimento, e em métodos
termoquímicos, ou seja, processos que promovem a redução de resíduos
orgânicos e as baixas ou neutras emissões de carbono. No entanto, a sua
eficiência é variável consoante o processo e requer grandes quantidades
de biomassa.

Os Processos de Separação de Água podem dividir-se entre a eletrólise, a
termólise e a fotólise.

**Tabela 5**-Processos de obtenção de hidrogénio a partir de fontes
renováveis <sup>\[6\]\ \[15\]</sup>

<table>
<colgroup>
<col style="width: 33%" />
<col style="width: 33%" />
<col style="width: 33%" />
</colgroup>
<thead>
<tr class="header">
<th colspan="2"><strong>Processos com Biomassa</strong></th>
<th rowspan="2"><strong>Processos por separação de água (<em>Water
Splitting</em>)</strong></th>
</tr>
<tr class="odd">
<th><strong>Métodos Biológicos</strong></th>
<th><strong>Métodos Termoquímicos</strong></th>
</tr>
</thead>
<tbody>
<tr class="odd">
<td><p><u>Biofotólise</u>: Certas algas e bactérias utilizam a luz para
quebrar moléculas de água e formar a molécula de hidrogénio.</p>
<p><u><em>Dark-Fermentation</em>:</u> Os microrganismos fermentam
substratos orgânicos e produzem hidrogénio.</p>
<p><u>Foto-Fermentação:</u> As bactérias fotossintéticas convertem
biomassa em hidrogénio.</p></td>
<td><p><u>Pirólise:</u> Consiste na decomposição térmica da biomassa
para gerar hidrogénio.</p>
<p><u>Gaseificação:</u> Conversão da biomassa em gás de síntese a altas
temperaturas.</p>
<p><u>Combustão:</u> A biomassa é queimada para gerar energia com
formação de gases.</p>
<p><u>Liquefação:</u> Ocorre a transformação da biomassa em óleo
líquido, que pode ser processado para obtenção de hidrogénio.</p></td>
<td><p><u>Eletrólise:</u> Utiliza a eletricidade para decompor moléculas
de água em hidrogénio e oxigénio. É um processo com zero/baixas emissões
de dióxido de carbono, dependendo do tipo de energia utilizada. No
entanto é de alto consumo energético e custo elevado.</p>
<p><u>Termólise:</u> Ocorre a decomposição térmica as moléculas de água
em hidrogénio e oxigénio a temperaturas superiores a 2500ºC.
É um processo direto sem necessidade de reagentes, mas requer temperaturas extremamente elevadas e materiais resistentes ao
calor.</p>
<p><u>Fotólise:</u> Utiliza a energia solar para decompor as moléculas
de água hidrogénio e oxigénio. Deste modo, é considerado um processo
sustentável e limpo. Contudo as tecnologias ainda se encontram em
estágio inicial e eficiência baixa.</p></td>
</tr>
</tbody>
</table>


## **Aplicações do Hidrogénio**

O hidrogénio é um elemento versátil com diversas aplicações na
indústria, energia e transporte. Com o crescente interesse na
descarbonização, o hidrogénio tem sido explorado como uma alternativa
sustentável para reduzir emissões de dióxido de carbono e melhorar a
eficiência energética em vários setores.

O armazenamento do hidrogénio é um desafio fundamental para a sua
aplicação em diversos setores. Cada tipo de aplicação de hidrogénio
requer um método de armazenamento diferente, tendo como base certos
fatores como a segurança, a viabilidade económica e facilidade de
transporte.

**Tabela 6**-Métodos de Armazenamento de hidrogénio
<sup>\[6\]\ \[15\]</sup>

<table>
<colgroup>
<col style="width: 16%" />
<col style="width: 51%" />
<col style="width: 32%" />
</colgroup>
<thead>
<tr class="header">
<th rowspan="2"><strong>Estado Gasoso</strong></th>
<td><p><u>Armazenamento em Alta Pressão (<em>Compressed Hydrogen
Storage</em>)</u>:</p>
<p>O hidrogénio é comprimido a pressões elevadas (350-700 bar) e
armazenado em cilindros metálicos ou tanques de compósitos.</p></td>
<td><u>Motivo:</u> Uso em transporte e abastecimento rápido (usado em
veículos - FCEVs).</td>
</tr>
<tr class="odd">
<td><p><u>Armazenamento em Cavidades Geológicas:</u></p>
<p>O hidrogénio é armazenado em reservatórios subterrâneos (por exemplo,
formações geológicas).</p></td>
<td><u>Motivo:</u> Armazenamento em larga escala, ideal para gestão de
energia renovável (reservatórios estratégicos para redes elétricas
baseadas em hidrogénio).</td>
</tr>
</thead>
<tbody>
<tr class="odd">
<th><strong>Estado Líquido</strong></th>
<td><p><em><u>Cryogenic Hydrogen Storage:</u></em></p>
<p>O hidrogénio arrefecido a -253ºC e mantido em tanques
criogénicos.</p></td>
<td><u>Motivo:</u> Essencial para aplicações espaciais e transportes de
longo alcance (indústria aeroespacial - combustível para
foguetões).</td>
</tr>
<tr class="even">
<th rowspan="3"><strong>Armazenamento em Materiais Sólidos</strong></th>
<td><p><u>Hidretos Metálicos <em>(Metal Hydrites)</em>:</u></p>
<p>O hidrogénio reage com metais (por exemplo, magnésio) e forma
hidretos reversíveis.</p></td>
<td><u>Motivo:</u> Aplicações em sistemas estacionários e militares,
devido à sua segurança.</td>
</tr>
<tr class="odd">
<td><p><u>Materiais Adsorventes (MOFs e Carvão ativado):</u></p>
<p>O hidrogénio é armazenado em materiais porosos, o que promove o
aumento da massa volumétrica.</p></td>
<td><u>Motivo:</u> Potencial para armazenamento eficiente a baixas
pressões para a pesquisa e desenvolvimento de baterias de
hidrogénio.</td>
</tr>
<tr class="even">
<td><p><u><em>Liquid Organic Hydrogen Carries</em> – LOHC:</u></p>
<p>O hidrogénio é armazenado em moléculas líquidas orgânicas (por
exemplo, tolueno e dibenziltolueno - DBT) que podem ser hidrogenadas e
desidrogenadas reversivelmente.</p></td>
<td><u>Motivo:</u> Promove a segurança e facilidade de transporte de
hidrogénio.</td>
</tr>
</tbody>
</table>


## Referências

\[1\]-<https://chem.libretexts.org/Bookshelves/Inorganic_Chemistry/Chemistry_of_the_Main_Group_Elements_(Barron)/02%3A_Hydrogen/2.01%3A_Discovery_of_Hydrogen>
(acedido em fevereiro de 2025)

\[2\]- <https://www.metallurgyfordummies.com/history-of-hydrogen.html>
(acedido em fevereiro de 2025)

\[3\]-
<https://www.mwcog.org/file.aspx?&A=zkpv0NhzZDWLPqP7LLLYTPZMIgxuq1QGhT8%2BMkINPbo%3D>
(acedido em fevereiro de 2025)

\[4\]- Tian Q., Yao S., Shao M., Zhang W., Wang H.,
Origin, discovery, exploration and development status and prospect of global natural
hydrogen under the background of “carbon neutrality”, China Geology,
2022 (acedido em fevereiro de 2025)

\[5\]- Balat, M. (2008). Potential importance of hydrogen as a future
solution. International Journal of Hydrogen Energy, 4013-4029 (acedido
em fevereiro de 2025)

\[6\]- Merouani - Hydrogen Production, Storage and Utilization, de
Gruyter, 2025 (acedido em fevereiro de 2025)

\[7\]-.<https://energyeducation.ca/encyclopedia/Molecular_hydrogen>
(acedido em fevereiro de 2025)

\[8\]-<https://periodic-table.rsc.org/element/1/hydrogen> (acedido em
fevereiro de 2025)

\[9\]-<https://www.britannica.com/science/hydrogen> (acedido em
fevereiro de 2025)

\[10\]-<https://energyeducation.ca/encyclopedia/Types_of_hydrogen_fuel>
(acedido em fevereiro de 2025)

\[11\]-<https://stargatehydrogen.com/blog/types-of-hydrogen/> (acedido
em fevereiro de 2025)

\[12\]-<https://www.brunel.net/en/blog/renewable-energy/3-main-types-of-hydrogen>
(acedido em fevereiro de 2025)

\[13\]-<https://hydrogeneurope.eu/in-a-nutshell/> (acedido em fevereiro
de 2025)

\[14\]-<https://www.upscprep.com/types-of-hydrogen-green-purple-pink-yellow-bluw-turquoise-grey-brown-black-upsc-current-affairs/>
(acedido em fevereiro de 2025)

\[15\]- Farinha J. Reformação de metano com vapor de água em reformador
de escala laboratorial, Instituto Superior Técnico, 2008
<https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/395137864141/Mestrado_Jos%E9_Farinha.pdf>
(acedido em fevereiro de 2025)
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