**Bombas de Calor**

Uma bomba de calor é um equipamento que absorve calor de uma fonte de
calor de temperatura relativamente baixa e libera-o para um meio mais
quente.

![](./image1.png)

**Figura 1**-Bomba de Calor <sup>\[1\]</sup>


As bombas de calor (Figura 1) são projetadas para mover a energia térmica
na direção oposta do fluxo de calor espontâneo, transferindo calor de
uma temperatura baixa para um meio de temperatura mais alta. A potência
externa usada pela bomba de calor é para realizar o trabalho de
transferir energia do meio frio para o meio quente e não para gerar
diretamente aquecimento ou arrefecimento. As bombas de calor são
constituídas por um compressor, um condensador, uma válvula de expansão,
um evaporador e um líquido refrigerante.<sup>\[2\]</sup>


**Princípio de Funcionamento**

A transferência de calor ocorre no sentido de altas temperaturas para
baixas temperaturas, sem a necessidade de dispositivos externos. Pelo
contrário, para que ocorra a transferência de calor de uma temperatura
mais baixa para uma temperatura mais elevada, requer dispositivos
especiais que operam num ciclo termodinâmico, designado por
refrigeração<sup>\[3\]</sup>.

Assim, para realizar essa transferência de energia, o refrigerador
recebe energia externa na forma de trabalho ou calor do ambiente. O
ciclo de refrigeração mais utilizado é o ciclo de refrigeração por
compressão a vapor (Figura 2), que envolve quatro componentes
principais: um compressor, um condensador, uma válvula de expansão e um
evaporador.

No ciclo de refrigeração por compressão a vapor, o refrigerante entra no
compressor como um gás e é comprimido até a pressão do condensador. O
gás deixa o compressor a uma temperatura relativamente alta e quando
chega ao condensador este arrefece e condensando à medida que passa
pelas bobinas do condensador, rejeitando o calor para o meio
circundante. De seguida, o refrigerante entra numa válvula de expansão,
onde a pressão e temperatura diminuem drasticamente devido ao efeito de
estrangulamento. O refrigerante de baixa temperatura entra então no
evaporador, onde é evaporado, absorvendo o calor do espaço refrigerado.
O ciclo é concluído quando o refrigerante sai do evaporador e entra
novamente no compressor. <sup>\[4\]</sup>

O objetivo de uma bomba de calor passa por manter um espaço aquecido a
uma temperatura alta. Isso é conseguido absorvendo calor de uma fonte de
baixa temperatura, como água, terra ou ar frio no inverno, e fornecendo
este calor para o meio de alta temperatura.

![](./image2.png)

**Figura 2**- Ciclo termodinâmico de uma bomba de calor <sup>\[4\]</sup>


**Eficiência das bombas de calor**

Eficiência das bombas de calor é medida pelo coeficiente de desempenho,
o COP. Este, é definido pela relação entre o calor total fornecido pela
bomba de calor e quantidade de eletricidade necessária para acionar a
bomba de calor. Quanto maior o valor de COP maior é a eficiência da
bomba. No entanto, sabe-se que a maior parte da energia elétrica
necessária para acionar o compressor é libertada para o líquido
refrigerante na forma de calor. Assim, há maior disponibilidade de calor
no condensador do que o calor extraído no evaporador.

A definição de COP, para uma bomba de calor, é normalmente expressa em
COP<sub>h</sub>:

$${COP}\_{h} = \frac{Q\_{useful\\heat}}{Q\_{electric}} \approx \frac{Q\_{waste\\heat}}{Q\_{electric}} + 1\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\(1)$$

![](./image3.png)

**Figura 3**- Variação do COP<sub>h</sub> com a diferença de temperatura de
condensação e de evaporação <sup>\[5\]</sup>

O COP<sub>h</sub>, depende de vários fatores, entre eles destaca-se a
diferença de temperatura entre a condensação e a evaporação, ou seja,
quando a temperatura de evaporação é elevada leva a um aumento no
COP<sub>h</sub>, no entanto quando a temperatura de condensação é baixa
o valor do COP<sub>h</sub> é menor. Logo, quanto menor a diferença de
temperaturas entre a condensação e a evaporação, menor é o
COP<sub>h</sub> (Figura 3) e, por conseguinte, menor é eficiência.
Outros fatores que influenciam a eficiência é o tipo de refrigerante
utilizado, o controlo do sistema, a eficiência de equipamentos
periféricos como ventiladores, bombas, etc.<sup>\[5\]</sup>


O cálculo da eficiência máxima teórica, é descrito pela eficiência de
*Carnot* (Equação 2)*:*

$${COP}\_{h,\\Carnot} = \frac{T\_{cond}}{T\_{cond} - T\_{evap}}\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\(2)$$

Esta eficiência é descrita para um ciclo de compressão ideal e depende
da temperatura de condensação e de evaporação. Contudo, na prática, tal
não é possível, uma vez que existem fatores/parâmetros que influenciam
negativamente a eficiência. Assim o COP<sub>h</sub> real é dado pelo
produto da eficiência de Carnot e pela eficiência do sistema (Equação
3). Sendo que, a eficiência do sistema varia entre 50% e 70%
<sup>\[5\]</sup>.

                    *C**O**P*<sub>*h*</sub> = *η**C**O**P*<sub>*h*, *C**a**r**n**o**t*</sub>                                                                  (3)

**Tipos de Refrigerantes**

![](./image4.jpeg)

**Figura 4** -Relação entre a pressão e temperatura para cada
refrigerante <sup>\[5\]</sup>


A escolha do refrigerante é dependente da aplicação final. Existem vários critério de seleção, tais
como: a gama de temperaturas ( acima de uma determinada temperatura o
refrigerante atinge uma temperatura supercrítica, isto é, a fase fluida
e gasosa não se conseguem distinguir), a pressão (alguns refrigerantes
sujeitos a elevadas temperaturas levam ao aumento da pressão o que
inviabiliza o funcionamento da bomba de calor, a baixas pressões faz
aumentar o volume de varrimento, logo implicam maiores custos de
investimento – Figura 4) , a eficiência energética da bomba de calor, o
ciclo de termodinâmico de cada refrigerante e o tamanho da instalação
industrial.


Os refrigerantes podem ser de dois tipos, naturais ou sintéticos. Dentro
dos naturais, destacam-se o butano (R600), o isobutano (R600a), a Amónia
(R717), o C0<sub>2</sub> (R744) e a água (R718). O butano e o isobutano
são usados para bombas de calor com temperaturas superiores a 80ºC e
para instalações de refrigeração. A amónia é o refrigerante natural mais
usado em instalações industriais de grande escala, tendo como vantagens:
a sua alta eficiência, não contribui para o efeito de estufa e ainda,
pode fornecer calor a uma temperatura até 90 ºC. Relativamente ao
refrigerante CO<sub>2</sub>, este muitas vezes é combinado com amónia de
maneira a diminuir o consumo de amónia no sistema. A água é o
refrigerante que pode ser facilmente adquirido, não causando danos
significativos ao meio ambiente e pode ser usada a temperaturas
superiores a 100ºC <sup>\[5\]</sup>.

Os refrigerante sintéticos mais comumente usados são: os
hidrofluorocarbonetos ( R134a, R407c eR410a). Estes tipos de
refrigerantes tem a particularidade, comparativamente com os
refrigerantes sintéticos, de contribuírem negativamente para o efeito de
estufa. O R407C e o R410A são aplicados em sistemas de bomba de calor de
médio e pequeno porte, enquanto que o R134A é usado em sistema de bomba
de calor de médio ou grande porte.

**Classificação das bombas de calor**

De acordo com o fluido usado para a transferência de calor (HPs) da
fonte fria para a bomba de calor, e da bomba de calor para a fonte
quente, podem haver 3 tipos: bombas de calor de fonte de ar (ASHP),
bombas de calor de fonte de água (WSHP) e bombas de calor de fonte no
solo (GSHP)<sup>\[6\]</sup>.

**Bombas de calor de fonte de ar (ASHP)**

A fonte de calor deste tipo de bombas é o ar externo, sendo estas
divididas em HPs ar para ar e HPs ar para água, de acordo com o fluido
de transferência de calor utilizado para a distribuição de energia (água
ou ar). Estas são as mais usadas a nível industrial e funcionam de forma
mais eficiente em climas moderados.

**Bombas de calor de fonte de água (WSHP)**

Neste tipo de bombas a água é a fonte de calor onde ocorre a dissipação
do calor através desta. A água é o elemento mais abundante no planeta
Terra, logo é facilmente extraída de lagos, lagoas, riachos, poços ou
águas subterrâneas. Este tipo de bombas esta subdivido em dois grupos:
os HPs água para ar que utilizam o ar para transmitir calor a partir do
espaço condicionado e os HPs água para água, estes usam água como fonte
de calor e afundam para o aquecimento e arrefecimento.

**Bombas de calor de fonte no solo (GSHP)**

Este tipo de bombas de calor aproveitam a energia térmica armazenada no
subsolo. As temperaturas do solo são relativamente constantes,
oferecendo desta forma uma operação mais eficiente. No entanto, a
instalação deste tipo de bombas requer mais custos associados devido à
necessidade de escavação e instalações de tubulação subterrânea.

**Aplicações**

As bombas de calor são usadas no mercado e na indústria. Relativamente
ao mercado estas são usadas em restaurantes, hotéis, hospitais, entre
outros. Dependendo do fim do seu uso, isto é, para arrefecer (ar
condicionado e arrefecimento de águas potável) ou para aquecer
(aquecimento de água de banho, saneamento) <sup>\[7\]</sup>.

Na indústria as bombas de calor são usadas essencialmente em processos
de secagem, lavagem, aquecimento de água do processo com calor residual
de um sistema de refrigeração, na pauteurização e muitas outras
aplicações.

\[1\] <https://www.britannica.com/technology/heat-pump>

\[2\]<https://www.gea.com/en/products/geafxp.jsp?fbclid=IwAR2qdacoi04nrkIGxKEAGuqwBV6zp_rjWIUYqLPPOJA4c8AJJ5B9gGAN-0>

\[3\] Carvalho,Duarte Anabela, high efficiency ground source heat pump
systems for sustainable building space conditioning, Tese de
Doutoramento em Sistemas Sustentáveis de Energia. Coimbra ( 2015).

\[4\]<https://www.nrcan.gc.ca/sites/oee.nrcan.gc.ca/files/pdf/publications/infosource/pub/home/heating-heat-pump/booklet.pdf>

\[5\] <http://industrialheatpumps.nl/nl/>

\[6\] <https://www.delcohvac.com/types-of-heat-pumps/>

\[7\] Gagneja1, Pundhir, Heat Pumps and Its Applications, Int’l Journal
of Advances in Chemical Engg., & Biological Sciences (IJACEBS) Vol. 3,
Issue 1 (2016).

Trabalho elaborado por:

Adriana Moreira

Daniela Moreira
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