Blame

7f8166 David Gonçalves 2025-07-02 10:13:21 1
**Bombas de Calor**
7bfaff David Gonçalves 2025-06-30 18:12:40 2
3
Uma bomba de calor é um equipamento que absorve calor de uma fonte de
4
calor de temperatura relativamente baixa e libera-o para um meio mais
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quente.
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4b84a5 David Gonçalves 2025-06-30 19:26:02 7
![](./image1.png)
396b48 David Gonçalves 2025-06-30 19:26:08 8
7fdbae David Gonçalves 2025-07-02 10:23:43 9
**Figura 1**-Bomba de Calor <sup>\[1\]</sup>
715baa David Gonçalves 2025-06-30 19:25:28 10
5613fb David Gonçalves 2025-06-30 19:28:55 11
862fe0 David Gonçalves 2025-06-30 19:25:12 12
As bombas de calor (Figura 1) são projetadas para mover a energia térmica
7bfaff David Gonçalves 2025-06-30 18:12:40 13
na direção oposta do fluxo de calor espontâneo, transferindo calor de
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uma temperatura baixa para um meio de temperatura mais alta. A potência
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externa usada pela bomba de calor é para realizar o trabalho de
16
transferir energia do meio frio para o meio quente e não para gerar
17
diretamente aquecimento ou arrefecimento. As bombas de calor são
18
constituídas por um compressor, um condensador, uma válvula de expansão,
19
um evaporador e um líquido refrigerante.<sup>\[2\]</sup>
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21
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**Princípio de Funcionamento**
23
24
A transferência de calor ocorre no sentido de altas temperaturas para
25
baixas temperaturas, sem a necessidade de dispositivos externos. Pelo
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contrário, para que ocorra a transferência de calor de uma temperatura
27
mais baixa para uma temperatura mais elevada, requer dispositivos
28
especiais que operam num ciclo termodinâmico, designado por
29
refrigeração<sup>\[3\]</sup>.
30
31
Assim, para realizar essa transferência de energia, o refrigerador
32
recebe energia externa na forma de trabalho ou calor do ambiente. O
33
ciclo de refrigeração mais utilizado é o ciclo de refrigeração por
34
compressão a vapor (Figura 2), que envolve quatro componentes
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principais: um compressor, um condensador, uma válvula de expansão e um
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evaporador.
37
38
No ciclo de refrigeração por compressão a vapor, o refrigerante entra no
39
compressor como um gás e é comprimido até a pressão do condensador. O
40
gás deixa o compressor a uma temperatura relativamente alta e quando
41
chega ao condensador este arrefece e condensando à medida que passa
42
pelas bobinas do condensador, rejeitando o calor para o meio
43
circundante. De seguida, o refrigerante entra numa válvula de expansão,
44
onde a pressão e temperatura diminuem drasticamente devido ao efeito de
45
estrangulamento. O refrigerante de baixa temperatura entra então no
46
evaporador, onde é evaporado, absorvendo o calor do espaço refrigerado.
47
O ciclo é concluído quando o refrigerante sai do evaporador e entra
48
novamente no compressor. <sup>\[4\]</sup>
49
50
O objetivo de uma bomba de calor passa por manter um espaço aquecido a
51
uma temperatura alta. Isso é conseguido absorvendo calor de uma fonte de
52
baixa temperatura, como água, terra ou ar frio no inverno, e fornecendo
53
este calor para o meio de alta temperatura.
54
8d05fc David Gonçalves 2025-06-30 19:27:02 55
![](./image2.png)
7bfaff David Gonçalves 2025-06-30 18:12:40 56
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**Figura 2**- Ciclo termodinâmico de uma bomba de calor <sup>\[4\]</sup>
7bfaff David Gonçalves 2025-06-30 18:12:40 58
5613fb David Gonçalves 2025-06-30 19:28:55 59
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**Eficiência das bombas de calor**
61
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Eficiência das bombas de calor é medida pelo coeficiente de desempenho,
63
o COP. Este, é definido pela relação entre o calor total fornecido pela
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bomba de calor e quantidade de eletricidade necessária para acionar a
65
bomba de calor. Quanto maior o valor de COP maior é a eficiência da
66
bomba. No entanto, sabe-se que a maior parte da energia elétrica
67
necessária para acionar o compressor é libertada para o líquido
68
refrigerante na forma de calor. Assim, há maior disponibilidade de calor
69
no condensador do que o calor extraído no evaporador.
70
71
A definição de COP, para uma bomba de calor, é normalmente expressa em
72
COP<sub>h</sub>:
73
74
$${COP}\_{h} = \frac{Q\_{useful\\heat}}{Q\_{electric}} \approx \frac{Q\_{waste\\heat}}{Q\_{electric}} + 1\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\(1)$$
75
8b1fdd David Gonçalves 2025-06-30 19:29:38 76
![](./image3.png)
77
73895a David Gonçalves 2025-07-02 10:23:05 78
**Figura 3**- Variação do COP<sub>h</sub> com a diferença de temperatura de
7fdbae David Gonçalves 2025-07-02 10:23:43 79
condensação e de evaporação <sup>\[5\]</sup>
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81
O COP<sub>h</sub>, depende de vários fatores, entre eles destaca-se a
7bfaff David Gonçalves 2025-06-30 18:12:40 82
diferença de temperatura entre a condensação e a evaporação, ou seja,
83
quando a temperatura de evaporação é elevada leva a um aumento no
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COP<sub>h</sub>, no entanto quando a temperatura de condensação é baixa
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o valor do COP<sub>h</sub> é menor. Logo, quanto menor a diferença de
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temperaturas entre a condensação e a evaporação, menor é o
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COP<sub>h</sub> (Figura 3) e, por conseguinte, menor é eficiência.
88
Outros fatores que influenciam a eficiência é o tipo de refrigerante
89
utilizado, o controlo do sistema, a eficiência de equipamentos
90
periféricos como ventiladores, bombas, etc.<sup>\[5\]</sup>
91
92
93
O cálculo da eficiência máxima teórica, é descrito pela eficiência de
94
*Carnot* (Equação 2)*:*
95
96
$${COP}\_{h,\\Carnot} = \frac{T\_{cond}}{T\_{cond} - T\_{evap}}\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\(2)$$
97
98
Esta eficiência é descrita para um ciclo de compressão ideal e depende
99
da temperatura de condensação e de evaporação. Contudo, na prática, tal
100
não é possível, uma vez que existem fatores/parâmetros que influenciam
101
negativamente a eficiência. Assim o COP<sub>h</sub> real é dado pelo
102
produto da eficiência de Carnot e pela eficiência do sistema (Equação
103
3). Sendo que, a eficiência do sistema varia entre 50% e 70%
104
<sup>\[5\]</sup>.
105
106
                    *C**O**P*<sub>*h*</sub> = *η**C**O**P*<sub>*h*, *C**a**r**n**o**t*</sub>                                                                  (3)
107
108
**Tipos de Refrigerantes**
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d3e960 David Gonçalves 2025-06-30 19:30:53 110
![](./image4.jpeg)
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73895a David Gonçalves 2025-07-02 10:23:05 112
**Figura 4** -Relação entre a pressão e temperatura para cada
7fdbae David Gonçalves 2025-07-02 10:23:43 113
refrigerante <sup>\[5\]</sup>
d3e960 David Gonçalves 2025-06-30 19:30:53 114
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bb032e David Gonçalves 2025-06-30 19:31:20 116
A escolha do refrigerante é dependente da aplicação final. Existem vários critério de seleção, tais
7bfaff David Gonçalves 2025-06-30 18:12:40 117
como: a gama de temperaturas ( acima de uma determinada temperatura o
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refrigerante atinge uma temperatura supercrítica, isto é, a fase fluida
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e gasosa não se conseguem distinguir), a pressão (alguns refrigerantes
120
sujeitos a elevadas temperaturas levam ao aumento da pressão o que
121
inviabiliza o funcionamento da bomba de calor, a baixas pressões faz
122
aumentar o volume de varrimento, logo implicam maiores custos de
123
investimento – Figura 4) , a eficiência energética da bomba de calor, o
124
ciclo de termodinâmico de cada refrigerante e o tamanho da instalação
125
industrial.
126
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128
Os refrigerantes podem ser de dois tipos, naturais ou sintéticos. Dentro
129
dos naturais, destacam-se o butano (R600), o isobutano (R600a), a Amónia
130
(R717), o C0<sub>2</sub> (R744) e a água (R718). O butano e o isobutano
131
são usados para bombas de calor com temperaturas superiores a 80ºC e
132
para instalações de refrigeração. A amónia é o refrigerante natural mais
133
usado em instalações industriais de grande escala, tendo como vantagens:
134
a sua alta eficiência, não contribui para o efeito de estufa e ainda,
135
pode fornecer calor a uma temperatura até 90 ºC. Relativamente ao
136
refrigerante CO<sub>2</sub>, este muitas vezes é combinado com amónia de
137
maneira a diminuir o consumo de amónia no sistema. A água é o
138
refrigerante que pode ser facilmente adquirido, não causando danos
139
significativos ao meio ambiente e pode ser usada a temperaturas
140
superiores a 100ºC <sup>\[5\]</sup>.
141
142
Os refrigerante sintéticos mais comumente usados são: os
143
hidrofluorocarbonetos ( R134a, R407c eR410a). Estes tipos de
144
refrigerantes tem a particularidade, comparativamente com os
145
refrigerantes sintéticos, de contribuírem negativamente para o efeito de
146
estufa. O R407C e o R410A são aplicados em sistemas de bomba de calor de
147
médio e pequeno porte, enquanto que o R134A é usado em sistema de bomba
148
de calor de médio ou grande porte.
149
150
**Classificação das bombas de calor**
151
152
De acordo com o fluido usado para a transferência de calor (HPs) da
153
fonte fria para a bomba de calor, e da bomba de calor para a fonte
154
quente, podem haver 3 tipos: bombas de calor de fonte de ar (ASHP),
155
bombas de calor de fonte de água (WSHP) e bombas de calor de fonte no
156
solo (GSHP)<sup>\[6\]</sup>.
157
158
**Bombas de calor de fonte de ar (ASHP)**
159
160
A fonte de calor deste tipo de bombas é o ar externo, sendo estas
161
divididas em HPs ar para ar e HPs ar para água, de acordo com o fluido
162
de transferência de calor utilizado para a distribuição de energia (água
163
ou ar). Estas são as mais usadas a nível industrial e funcionam de forma
164
mais eficiente em climas moderados.
165
166
**Bombas de calor de fonte de água (WSHP)**
167
168
Neste tipo de bombas a água é a fonte de calor onde ocorre a dissipação
169
do calor através desta. A água é o elemento mais abundante no planeta
170
Terra, logo é facilmente extraída de lagos, lagoas, riachos, poços ou
171
águas subterrâneas. Este tipo de bombas esta subdivido em dois grupos:
172
os HPs água para ar que utilizam o ar para transmitir calor a partir do
173
espaço condicionado e os HPs água para água, estes usam água como fonte
174
de calor e afundam para o aquecimento e arrefecimento.
175
176
**Bombas de calor de fonte no solo (GSHP)**
177
178
Este tipo de bombas de calor aproveitam a energia térmica armazenada no
179
subsolo. As temperaturas do solo são relativamente constantes,
180
oferecendo desta forma uma operação mais eficiente. No entanto, a
181
instalação deste tipo de bombas requer mais custos associados devido à
182
necessidade de escavação e instalações de tubulação subterrânea.
183
184
**Aplicações**
185
186
As bombas de calor são usadas no mercado e na indústria. Relativamente
187
ao mercado estas são usadas em restaurantes, hotéis, hospitais, entre
188
outros. Dependendo do fim do seu uso, isto é, para arrefecer (ar
189
condicionado e arrefecimento de águas potável) ou para aquecer
190
(aquecimento de água de banho, saneamento) <sup>\[7\]</sup>.
191
192
Na indústria as bombas de calor são usadas essencialmente em processos
193
de secagem, lavagem, aquecimento de água do processo com calor residual
194
de um sistema de refrigeração, na pauteurização e muitas outras
195
aplicações.
196
197
\[1\] <https://www.britannica.com/technology/heat-pump>
198
199
\[2\]<https://www.gea.com/en/products/geafxp.jsp?fbclid=IwAR2qdacoi04nrkIGxKEAGuqwBV6zp_rjWIUYqLPPOJA4c8AJJ5B9gGAN-0>
200
201
\[3\] Carvalho,Duarte Anabela, high efficiency ground source heat pump
202
systems for sustainable building space conditioning, Tese de
203
Doutoramento em Sistemas Sustentáveis de Energia. Coimbra ( 2015).
204
205
\[4\]<https://www.nrcan.gc.ca/sites/oee.nrcan.gc.ca/files/pdf/publications/infosource/pub/home/heating-heat-pump/booklet.pdf>
206
207
\[5\] <http://industrialheatpumps.nl/nl/>
208
209
\[6\] <https://www.delcohvac.com/types-of-heat-pumps/>
210
211
\[7\] Gagneja1, Pundhir, Heat Pumps and Its Applications, Int’l Journal
212
of Advances in Chemical Engg., & Biological Sciences (IJACEBS) Vol. 3,
213
Issue 1 (2016).
214
215
Trabalho elaborado por:
216
217
Adriana Moreira
218
219
Daniela Moreira